"UMA MENTE EXPANDIDA PELO CONHECIMENTO JAMAIS RETORNA AO SEU TAMANHO ORIGINAL"

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sábado, 13 de abril de 2013

SÓCRATES, SAINDO DA CAVERNA

Primeiramente faremos algumas indagações, o que é a verdade? O que é a real? O que é sabedoria? O que é conhecimento? Como ter certeza que algo que nos é contado, realmente foi o que aconteceu?
Essas perguntas não são novas, há mais de 2500 anos, um filósofo as fazia, partindo do questionamento de tudo, para a partir daí tecer suas conclusões, seu nome SÓCRATES, um dos maiores pensadores que já existiu.

O que fazia de Sócrates um sábio era exatamente ele admitir que não o era, o famoso “só sei que nada sei” e também o nosce te ipsum (conheça-te a ti mesmo) inscrição que estava no Oráculo de Delfos.
 Sendo que primeiro devemos nos auto conhecer, a partir daí partirmos para o conhecimento exterior e nos aprofundar nesse saber.
Como não deixou nenhum documento escrito, um de seus ilustres discípulos, Platão, simula no livro A República, um diálogo entre o mestre, Sócrates e um discípulo, Glauco, nessa conversa surge talvez a maior parábola já escrita, ...O mito da caverna, o qual remete a questões sobre conhecimento, liberdade, ignorância e aprendizado. 

Sócrates faz Glauco imaginar prisioneiros no interior de uma caverna escura, os quais estão acorrentados pelos braços e pescoço, de forma a só poderem olhar para o fundo da caverna, imóveis.
Na entrada da caverna há uma fogueira, a qual projeta sombras para o fundo, sombras dos vultos das pessoas que transitam pela sua entrada, sendo essa a única visão que os prisioneiros tem, como eles nasceram e sempre foram prisioneiros acorrentados, não se dão conta disso, e acreditam que as sombras e a escuridão da caverna são a realidade.
Glauco acha os prisioneiros muito estranhos, e Sócrates lhe diz que são pessoas como nós, o que causa espanto em Glauco, pois devido a sua condição acham que estão vivendo normalmente suas vidas.
Eis que um prisioneiro consegue se libertar, e caminha, mesmo com medo, para a entrada da caverna, ao se aproximar da saída a luz do sol o cega, momentaneamente, pois como vivia nas trevas, seu corpo precisa de algum tempo de adaptação ao novo.
 
 
 





Consegue perceber então, que fora da caverna havia diversas pessoas, árvores, animais, os quais ao passar próximo a caverna projetava os vultos que até então achava ser a realidade, dá-se conta de que foi um escravo a vida toda, e que a realidade estava do lado de fora da caverna.
Ao voltar e tentar libertar os outros prisioneiros, encontra dificuldades, ninguém acredita em sua visão de realidade, que só poderia estar louco, e que a entrada da caverna danificou sua visão, sendo algo perigoso sair da caverna. Por mais que o liberto os tentasse persuadir e explicar que são prisioneiros vivendo um mundo fictício, os prisioneiros, por sua vez não acreditaram, e devido a sua insistência do liberto, acabam matando-o.
Decodificando as alegorias, as correntes que aprisionam são nossos medos, preconceitos, a maneira habitual a qual vemos o mundo; a escuridão da caverna é a ignorância humana; em contrapartida a Luz que cega o liberto é o conhecimento real das coisas; as sombras projetadas é o mundo que de alguma forma nos foi imposto, e que acreditamos ser o real.
O prisioneiro fica por um tempo cego ao sair da caverna, porque o novo é muito difícil de ser assimilado, ainda mais se sua mente já está fechada, você só tem certezas, nenhuma dúvida. 
Muitas pessoas crescem e ficam satisfeitas com o mundo que lhes fora imposto, por isso há tanta dificuldade de compreender o novo, Einstein resume isso na frase “a ignorância é uma bênção”, Raul Seixas diria “pena que eu não sou burro, não sofreria tanto”.
 Uma vez  liberto, adquirido qualquer tipo de conhecimento, é impossível voltar ao pensamento anterior “uma mente expandida pelo conhecimento, jamais retornará ao seu estado original” - Einstein, vemos isso quando crianças, com estórias sobre papai noel, fada dos dentes, loira do banheiro, homem do saco, coelho pascoa, etc...
Ao crescermos vamos adquirimos gradativamente mais conhecimento, e percebemos que as crenças de outrora, era nos imposto com algumas finalidades, ou entreter ou assustar, ou qualquer outra, e que não passam de alegorias, sombras no fundo da caverna, que ao descobrirmos só sombras, não real, não conseguimos voltar a acreditar.


Voltemos a Sócrates, com seus questionamentos, logo começou a incomodar muitas pessoas, políticos e outras importantes, foi acusado de não acreditar nos costumes e nos deuses gregos;Unir-se a deuses malignos que gostam de destruir as cidades e Corromper jovens com suas idéias, tudo explicitamente com motivos políticos.
Como um homem poderia ensinar de graça e pregar que não se precisavam de professores como eles?. Os acusadores não concordavam com os pensamentos de Sócrates, que dizia que para se acreditar em algo, era preciso verificar se aquilo realmente era verdade.
Sócrates, por não abrir mão de suas convicções, foi condenado e sentenciado a morte, confinado em prisão se segurança mínima, negou-se a fugir, pois acreditava e respeitava as leis, e cumpriu sua sentença bebendo cicuta, líquido mortal.